Ter Uma Mentalidade de Peregrino Sobre o Dinheiro e os Bens (Having a Pilgrim Mindset About Money and Possessions)

Quanto mais bens tivermos na Terra, mais provável é que esqueçamos que somos cidadãos de outro mundo, não deste, e que nossa herança está lá, não aqui. Os levitas não tinham herança terrena, porque o próprio Deus era a sua herança (Deuteronômio 18:1-2). Aos cristãos nos foi dito que somos uma "geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus." (1 Pedro 2:9). Os sacerdotes não tinham herança terrena, e nem nós sacerdotes da nova aliança temos. Somos tanto príncipes quanto sacerdotes. Somos "herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo" (Romanos 8:17), mas a nossa herança "jamais poderá perecer, macular-se ou perder o seu valor" é um herança "guardada nos céus para vocês." (1 Pedro 1:4).

Peregrinos são desapegados. São viajantes, não colonizadores, que estão bem conscientes que coisas em excesso irão distrair e sobrecarregá-los. Coisas materiais são valiosas aos peregrinos, mas apenas se facilitam sua missão. Se você estivesse viajando por um país a pé ou de bicicleta, qual seria sua atitude em relação a bens? Você não os odiaria nem os acharia malignos, mas os escolheria estrategicamente. Coisas desnecessárias atrasariam sua viagem ou até mesmo poderiam forçá-lo a parar.

Muitos de nós são chamados a permanecer em um lugar e nos tornamos naturalmente "colonizadores" em um sentido, vivendo em casas, construindo celeiros, tendo móveis, ferramentas, colheitas e empresas. Não há nada de errado com isto. Mas temos que cultivar a mentalidade peregrina do desprendimento, a filosofia utilitária do viajante no que diz respeito às coisas. Precisamos ser capazes de viver em uma casa sem possuí-la, ou possuir uma casa sem ser possuído por ela. Se Deus assim nos dirigir, como ele tem feito com muitos de seus discípulos, temos que ser capazes de deixar para trás uma fazenda ou um negócio ou uma casa, sem hesitação.

Os escravos na história antiga dos EUA compreendiam a mentalidade de peregrino. Sem posses, sem direitos, viviam por um outro mundo, um mundo melhor. Este tema central permeava seus hinos. Cantavam: "Sou um pobre viajante estrangeiro, viajando longe de casa", e "Em breve estarei livre dos problemas do mundo, estou indo para casa viver com Deus." Cantavam: "Vem logo minha carruagem, vem me levar ao lar!" Sabiam que seu lar não era esta terra atual, mas o céu, e ao final, a Nova Terra.

As riquezas nos enraízam no mundo atual. Compromissos financeiros e dívidas podem ser como estacas acorrentadas às nossas pernas nos prendendo ao chão, nos tornando insensíveis ao chamado de Deus para servi-lo em outro lugar. Deus pode nunca me chamar para deixar meu lar, empresa ou país. Mas devo estar na posição de dizer sim, se ele o fizer. Se não, posso passar toda a minha vida me perguntando se ele talvez tivesse outros planos para mim, planos que não ouvi ou aos quais nāo respondi porque estava tão ligado a onde eu morava.

Há muitos obstáculos para o ato de ofertar: a incredulidade, a insegurança, o orgulho, a idolatria, o desejo de poder e controle. A forte correnteza da nossa cultura e, muitas vezes nossas igrejas, torna o nadar contra a corrente difícil. É considerado normal guardar muito mais do que dar.

Estou convencido de que o maior impedimento para o nosso dar é este: a ilusão de que a terra, tal como é agora, é o nosso lar. Onde escolhemos guardar nossos tesouros depende em grande parte de onde cremos que nosso lar está. Aqueles que pensam na terra como seu verdadeiro lar irão, naturalmente, querer amontoar tesouros aqui. Os que pensam no Céu como seu verdadeiro lar irão, naturalmente, querer amontoar tesouros lá. Tudo se resume à pergunta: "Onde é seu lar?" Para o cristão, Deus dá uma resposta clara. A única questão é se vamos viver como se essa resposta fosse verdadeira.


Having a Pilgrim Mindset About Money and Possessions

The more holdings we have on earth, the more likely we are to forget that we’re citizens of another world, not this one, and that our inheritance lies there, not here. The Levites had no earthly inheritance, because God himself was their inheritance (Deuteronomy 18:1-2). Christians have been told that we are “a chosen people, a royal priesthood, a holy nation, a people belonging to God” (1 Peter 2:9). The priests had no earthly inheritance, and neither do we of the new covenant priesthood. We are both princes and priests. We are “heirs of God and co-heirs with Christ” (Romans 8:17), but ours is “an inheritance that can never perish, spoil or fade—kept in heaven for you” (1 Peter 1:4).

Pilgrims are unattached. They are travelers, not settlers, who are acutely aware that excessive things will distract and burden them. Material things are valuable to pilgrims, but only as they facilitate their mission. If you were traveling through a country on foot or on a bicycle, what would your attitude be toward possessions? You wouldn’t hate them or think them evil—but you would choose them strategically. Unnecessary things would slow your journey or even force you to stop.

Many of us are called to stay in one place and we naturally become “settlers” in one sense, living in houses, building barns, owning furniture, tools, crops, and businesses. There’s nothing wrong with this. But we must cultivate the pilgrim mentality of detachment, the traveler’s utilitarian philosophy concerning things. We need to be able to live in a house without owning it, or own a house without being owned by it. If God so directs us, as he has many of his disciples, we need to be able to leave behind a farm or a business or a house without going back.

The slaves in early America understood the pilgrim mentality. Without possessions, without rights, they lived for another world, a better one. This central theme permeated their spirituals. They sang, “I am a poor wayfarin’ stranger, a travelin’ far away from home,” and “Soon I will be done with the troubles of the world, I’m goin’ home to live with God.” They sang, “Swing low, sweet chariot, comin’ fo’ to carry me home.” They knew that home wasn’t this present earth, but Heaven, ultimately on the New Earth.

Wealth entrenches us in the present world. Financial commitments and debts can be like spikes chained to our legs and driven into the ground, making us unresponsive to God’s call to serve him elsewhere. God may never call me to move on from my home or business or country. But I must be in a position to say yes if he does. If not, I might wonder all my life if he may have had other plans for me—plans I didn’t hear or respond to because I was so tied to where I was.

There are many roadblocks to giving: unbelief, insecurity, pride, idolatry, desire for power and control. The raging current of our culture—and often our churches—makes it hard to swim upstream. It’s considered normal to keep far more than we give.

I’m convinced that the greatest deterrent to our giving is this: the illusion that earth, as it is now, is our home. Where we choose to store our treasures depends largely on where we think our home is. Those who think of earth as their real home will naturally want to pile up treasures here. Those who think of Heaven as their real home will naturally want to pile up treasures there. It all comes down to the question, “Where’s your home?” To the Christian, God gives a clear answer. The only question is whether we’ll live as if that answer is true.

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Randy Alcorn (@randyalcorn) is the author of over sixty books and the founder and director of Eternal Perspective Ministries